domingo, 29 de setembro de 2013

FIBRA ÓPTICA

Eleita para substituir os fios de cobre e as redes de micro-ondas, a Fibra Óptica passou por estágios de geração de conhecimento desde 600 AC – Sistema de comunicação visual através de sinais de fogo e estações (humanas) repetidoras. Com os feitos do século XIX: 1870 – O fenômeno de guiamento de luz através de múltiplas reflexões e 1880 – Invenção do Photophone por Alexander Graham Bell caminhou-se para que no século XX culmina-se no aparecimento da fibra conforme: 1930 – As primeiras experiências de transmissão de luz em fibra de sílica; 1951 – Transmissão de imagens através de feixes de fibras em curta distância (alguns metros – medicina), 1958 – O protótipo de Fibra óptica; 1960 - Invenção do Laser, 1966 - Fibra com atenuação de 2.000dB/Km e 1970 - Fibra com atenuação 20dB/Km.
Um grande marco foi em 1970, na empresa Corning(EUA) cientistas conseguiram transmitir a luz sem grande perda e com baixo calor, dois problemas que permeavam a Fibra Óptica da época.



Sob o oceano, o primeiro cabo submarino de Fibra Óptica foi implantado em 1982 nas Ilhas Canárias e mais tarde em 1988 foi construído o cabo que liga os EUA (Tuckerton, NJ) à Europa (Widemouth na Inglaterra e Penmarch na França) em uma distância superior a 7.500 km. Atualmente os cabos submarinos de Fibra Óptica estão interligando todos os continentes habitáveis conforme a imagem acima.

Na Inglaterra, desde 1987, opera um sistema com cabo óptico submarino, interconectando Dartmouth à ilha de Guernsey no Canal da Mancha, numa distância de 135 km sem repetidores.
Fibra Óptica no Brasil
A primeira Fibra Óptica puxada no Brasil foi em abril de 1977, localizada em uma torre de dois metros de altura no Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.


O que é uma Fibra Óptica?
A Fibra Óptica é um material polimérico ou de vidro com capacidade de transmitir luz. É um fenômeno físico denominado  reflexão total da luz, ela deve sair de um meio mais  refringente para um meio menos refringente e o ângulo de incidência deve ser igual ou maior do que o ângulo limite (também chamado  ângulo de Brewster), conforme figura abaixo.
Ângulo de Brewster (também conhecido como ângulo de polarização) é um  ângulo de incidência para o qual os raios refletidos e os refratados são perpendiculares entre si.



Estrutura Interna
Conforme figura abaixo, o cabo de Fibra Óptica possui geralmente cinco partes: proteção plástica, fibra de fortalecimento, revestimento interno camada de refração e núcleo.
A Proteção Plástica é uma proteção externa, para evitar que o desgaste natural ou as situações anômalas do tempo representem interferências no sistema. A Fibra de Fortalecimento protege a fibra de vidro de quebras que podem acontecer em situações de torção do cabo ou impactos no transporte. O Revestimento Interno (Coating) isola todos os impactos externos e também evita que a luz natural atinja as fibras de vidro internas, o que poderia resultar em interferências muito fortes em qualquer que seja o sinal. A Camada de Refração (Cadding) parte mais importante do processo de transmissão de luz, é responsável pela propagação de todos os feixes de luz. O Núcleo (Core) é o local onde ocorre a transmissão dos pulsos de luz.





Tipos de Fibras Ópticas
As Fibras Ópticas possuem dois tipos básicos: as fibras Modo Único (Monomodo) e as fibras Modo Múltiplo (Multímodo) conforme figura abaixo.
As Fibras de Modo Único (SMF – Single Modo Fiber) – Monomodo - necessitam apenas um sinal de luz, pois possuem uma maior banda passante e menor dispersão Com uma menor dimensão (menor que 10 mícron), geralmente usa-se lazer para emissão da luz. Exemplos: Single Mode (SM - G.652 ITU-T), Dispersion Shifted (DS - G.653 ITU-T), Non Zero Dispersion, (NZD - G.655 ITU-T), Low Water Peak (LWP - G.652D ITU-T).
As Fibras de Modo Múltiplo (MMF – Multiple Mode Fiber) - Multímodo (50/12µm e 62,5/125 µm) - permitem a utilização de LED para emissão de luz e necessita de pouca precisão nos conectores para junções e extensões. Esta fibra é utilizada em curtas distâncias e utiliza tamanhos entre 50 e 300 sem perda de dados.



Tipos de Emendas
Óptica por Fusão - O processo consiste em "fundir" uma fibra óptica à outra. Para que seja possível a fusão das fibras é necessária a utilização de uma "Máquina de Emenda Óptica"
Óptica Mecânica - Este processo consiste em alinhar duas fibras através do uso de um tipo de "luva" especialmente desenvolvida para tal finalidade, a qual mantém estas fibras posicionadas frente a frente, sem uni-las definitivamente. O custo de investimento em materiais para a operação deste tipo de processo é relativamente reduzido, porém não é aconselhável em sistemas que exijam uma grande confiabilidade.
Óptica por Conectorização - Este processo é bem semelhante ao processo de Emenda Mecânica, onde duas fibras devem ser alinhadas. Entretanto, em cada fibra é colocado um conector óptico e estes dois conectores são encaixados em um acoplador óptico de modo a tornar possível o alinhamento entre as fibras, sem uni-las definitivamente. Este processo é o menos aconselhável de todos, já que apesar do custo mais reduzido é o que demanda maior tempo para realização.



Status da Fibra Óptica
Vantagens:
  • Totalmente imune a  interferências eletromagnéticas e ruídos; Os dados não serão corrompidos durante a transmissão; Não conduz  corrente elétrica;
  • Tamanho reduzido em relação a outros cabos; Capacidade elevada de transmissão (largura de banda);
  • Espaçamento grande entre os repetidores devido à baixa atenuação; Sem risco de fogo ou centelhamento.
Desvantagens
  • Custo de implementação;
  • Custo de construção;
  • Fragilidade das fibras sem encapsulamento;
  • Problemas de perda de dados em conexões (principalmente tipo T)
Aplicação
Atualmente o cabeamento utilizando fibras ópticas estão nos  sistemas telefônicos, de  vídeo  conferência, redes locais  (LANs), interligação de prédios; conectividade entre empresas e Redes Metropolitanas, conexão em alta velocidade entre usuários (finais) e provedores de Internet, links redundantes, tráfego telefônico entre torres de transmissão de telefonia celular e a rede pública, ambientes hostis, ambientes com alto nível de interferência eletromagnética, links com necessidade de segurança no tráfego das informações entre outras aplicações.
Conexão
As figuras abaixo apresentam os principais conectores de Fibra Ópticas vendidos no mercado atualmente.

D4 / SC Duplex / SMA 


ST / LC / MTP 

MTRJ / VOLITION / E2000




ESCON / FC / FDDI





BICONIC / SC




Os conversores de mídia convertem uma Fibra Óptica em outra tecnologia de transmissão. Por exemplo, no modelo da figura abaixo, a entrada é ST e a saída é de conexão RJ45 utilizada em cabos de par trançado.


Conversor de Mídia D-Link DMC-300



Fiber Channel
O Fiber Channel é a tecnologia da camada de enlace predominante de armazenamento em rede (Storage Area Networks,SANs) com interfaces que atingem velocidades acima de 100mbps. Ela surgiu como tecnologia substituinte dos discos SCSI (Small Computer System Interface) para backup, recuperação de dados e espelhamento (mirroring), graças ao seu menor custo e à sua capacidade de cobrir maiores distâncias. O Fiber Channel pode ser carregado diretamente sobre a camada óptica utilizando-se o DWDM (Wavelength Division Multiplexing).
Velocidade de Tráfego
Na tabela abaixo, são listadas a janela (nm), a distância máxima(m) e a velocidade de seis fibras multiponto 62,5/125 µm, duas fibras multiponto 50/125µm e três fibras do tipo monomodo.





















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